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Análise Combinatória
Definições
Equação reduzida da Circunferência
Reconhecimento da equação da circunferência
Posições relativas entre Ponto e Circunferência
Posições relativas entre Reta e Circunferência
Posições relativas entre duas Circunferências
Exercícios Propostos

Suponhamos que 6 pessoas desejem formar um campeonao de xadrez, Precisarão formar as duplas que se enfrentarão para ter todas as partidas possíveis neste campeonato.
Nomeemos as pessoas como A,B,C,D,E,F. Uma boa dica é armarmos uma tabela de "dupla entrada". Assim teremos:

  A B C D E F
A   1 2 3 4 5
B 1   6 7 8 9
C 2 3   10 11 12
D 4 5 6   13 14
E 7 8 9 10   15
F 11 12 13 14 15  


Verificamos que as partidas ficam determinadas à esquerda ou à direita da diagonal (duplas inexistentes). Se o campeonato tiver um turno só, basta selecionar uma delas. Assim, se escolhermos a da direita temos: AB,AC,AD,AE,AF,BC,BD,BE,BF,CD,CE,CF,DE,DF,EF.
Os 6 jogadores jogam cada um 5 vezes perfazendo um total de 15 partidas, conforme nos mostra a tabela.
Se os jogadores fossem desistindo de participar do campeonato e fossemos fazendo uma tabela de dupla entrada para os restantes de cada vez, teríamos o seguinte:
2 pessoas jogam 1 partida
3 pessoas jogam 1+2 = 3 partidas
4 pessoas jogam 1+2+3 = 6 partidas
5 pessoas jogam 1+2+3+4 = 10 partidas
6 pessoas jogam 1+2+3+4+5 = 15 partidas
......................................


Facilmente verificamos que se aumentarmos o número de participantes seria imediato calcularmos o número de partidas, ou seja, bastaria somarmos os numeros consecutivos da unidade até o número de participantes (n) menos a unidade (n-1).
Exemplo; Se fossem 7 jogadores teíamos: 1+2+3+4+5+6 = 21 paridas

Vamos agora pensar num outro tipo de jogo em que participem 3 jogadores de cada vez (sinuca, por exemplo).Neste caso, não conseguiriamos armar uma tabela de "tríplice entrada", mas olhando a disposição que se forma na tabela de dupla entrada, podemos armar grupos de 3 jogadores utilizando a mesma disposição. Assim teríamos os grupos:

ABC,ABD,ABE,ABF,ACD,ACE,ACF,ADE,ADF,AEF
BCD,BCE,BCF,BDE,BDF,BEF
CDE,CDF,CEF
DEF


Dos 20 grupos formados, observamos que:
a) cada grupo disputa 10 partidas
b) cada dupla joga 4 vezes

Suponhamos que um dos jogadores desistisse (F, por exemplo). Então os novos grupos seriam:
ABC,ABD,ABE,ACD,ACE,ADE
BCD,BCE,BDE
CDE


Analisando os novos grupos, vemos que:
a) cada jogador disputa 6 partidas
b) cada dupla joga 3 vezes junta

Se fossemos eliminando jogador por jogador teríamos a seguinte situação:
3 pessoas jogam 1 partida
4 pessoas jogam 4 partidas
5 pessoas jogam 10 partidas
6 pessoas jogam 20 partidas
......................................


Desta vez não é tão facil descobrirmos o algorítmo de formação para o cálculo do número de partidas como fizemos para o campeonato de xadrez (2 pessoas). Vamos, então, manter em suspenso e mais adiante prosseguiremos este caso.

Repare que até agora formamos grupos (partidas de jogo) em que a ordem de escolha dos componente não modificava o grupo. Exemplo: Os jogadores do grupo ABC, podem ter sido escolhidos na ordem: ABC ou ACB ou BAC ou CBA ou BCA ou CAB
Em qualquer das ordens de seleção o grupo seria o mesmo.
Vamos pensar agora em um jogo em que a ordem de seleção modifique os grupos.
Seja, por exemplo, um jogo de fichas (tipo bingo) em que tenhamos os algarismos 1,2,e 3 para formar centenas.Neste caso teríamos as centenas;
123,132
213,231
312,321


Se tivessemos os algarismos 1,2,3, e 4 teríamos as centenas:

123,124,132,134,142,143,
213,214,231,241,234,243
312,314,321,341,324,342
412,413,421,431,423,432


Continuando teremos a seguinte situação:

com 3 algarismos formamos 6 centenas
com 4 algarismos formamos 24 centenas
com 5 algarismos formamos 60 centenas
com 6 algarismos formamos 120 centenas
.....................................


Verificamos que na formação das centenas o crescimento da formação dos grupos é muito maior do que nos jogos de xadrez e de sinuca. A explicação é devida a influência da ordem de seleção dos componentes dos grupos. Para as fichas de bingo a ordem é extremamente importante, já que a troca da ordem dos algarismos modifica a centena. Já para a composição dos grupos de pessoas a ordem de seleção não tem a mínima importância.
No caso em que a simples troca da ordem de um elemento afeta o agrupamento, diz-se que há um ARRANJO, no caso em que esta troca não afeta o agrupamento, diz-se que há uma COMBINA ÇÃO.

A análise combinatória estuda ainda um outro tipo de agrupamento, chamado de PERMUTAÇÃO. Na permutação os agrupamentos são feitos exclusivamente pela troca de ordem dos elementos do grupo.
Exemplo:
A centena 321 possui 6 permutações, ou seja: 321,312,231,213,123,132
Repare que na permutação todos os elementos são usados no agrupamento, enquanto que nos arranjos e combinações são sempre formados grupos com menos elementos do total a ser grupado.

Agora, que já sabemos do que se trata, ao falarmos de ARRANJOS, COMBINAÇÕES e PERMUTAÇÕES, vamos voltar onde paramos anteriormente e tentar calcular o número possível de arranjos, combinações e permutações de um dado conjunto de elementos.

PERMUTAÇÕES

Chamamos de permutações de n elementos todos os grupamentos possíveis formados com todos esses elementos, diferindo apenas na ordem em que são agrupados.
Assim, temos:
a) Conjunto de 1 elemento (A)
Neste caso, com 1 elemento temos apenas uma permutação, no caso A
b) Conjunto de 2 elementos (A,B)
Fixando um deles podemos colocar o outro à esquerda ou à direita dele. Temos, então, 2 permutações, no caso AB e BA
c) Conjunto de 3 elementos (A,B,C)
Fixando os grupos anteriores podemos colocar o terceiro elemento à esquerda, no meio, e à direita desses grupos. Temos, então, 6 permutações, no caso CAB,ACB,ABC,CBA,BCA e BAC
Se tomarmos um 4º elemento podemos colocá-lo à esquerda, à direita ou entre cada um dos grupos anteriores, perfazendo um total de 24 permutações

Resumindo, temos:
para 1 elemento temos 1 permutação
para 2 elementos temos 1 x 2 = 2 permutações
para 3 elementos temos 1 x 2 x 3 = 6 permutações
para 4 elementos temos 1 x 2 x 3 x 4 = 24 permutações
.............................................


Como se pode ver, o número de permutações possíveis com n elementos é o produto dos números consecutivos desde a unidade até n.
Exemplo: Com 8 elementos, temos:
P8 = 1 x 2 x 3 x 4 x 5 x 6 x 7 x 8 = 40320
Além da representação Pn, pode-se usar a representação de fatoria(!). Assim, Pn = n!

PERMUTAÇÕES CIRCULARES

Um tipo especial de permutação de elementos é aquele que se faz em volta de uma mesa, por exemplo. Esta permutação é chamada de circular.

Vamos supor 4 pessoas em linha. O número de permutações será 4! = 1 x 2 x 3 x 4 = 24

Coloquemos, agora, essas 4 pessoas em torno de uma mesa redonda. Verificamos que, por ser circular, não podemos mais afirmar quem é o primeiro da mesa. A noção de ordm mudou.

Você começa a contar as pessoas por onde desejar, Seja pois a disposição abaixo:

Repare que muda-se as posições e os elementos mentêem-se, entre si, na mesma ordem. Outra observação importante é que a contagem pode ser feita no sentido horário ou anti-horário.
Se compararmos este tipo de permutação com a permutação linear verificaremos que difere apenas no elemento inicial da contagem que se confunde com o início e o final da mesma. Por isso, a fórmula para calcularmos o número de permutações circulares é : PCn = (n-1)!
Se levarmos em conta os dois sentidos (horário e anti-horário) devemos dividir por dois esta fórmula, ou seja, PCn = (n-1)! / 2

ARRANJOS

Como já foi visto no exemplo das fichas de bingo, nos arranjos os grupamentos são feitos com um número menor de elementos do conjunto dado e a troca da ordem desses elementos provoca novo arranjo,

Exemplo:
Sejam os algarismos 3,4,5,7. Quantas dezenas podemos formar ?
Com certeza, teremos: 34,35,37,45,47,57,43,53,73,54,74 e 75

Generalizando, para formarmos os arranjos procedemos da seguinte maneira:
para arranjos unitários temos n arranjos
para arranjos binários temos n(n-1) arranjos
para arranjos ternários temos n(n-1)(n-2) arranjos
para arranjos quaternários temos n(n-1)(n-2)(n-3) arranjos
.............................................


Se prosseguirmos, teremos para arranjos de n elementos p a p a relação:
An,p = n(n-1)(n-2)(n-3) ....... [n - (p-1)],
ou melhor
An,p = n(n-1)(n-2)(n-3) ....... (n-p+1)
Desta forma, se quizermos calcular A8,3, devemos fazer:
A8,3 = 8 x 7 x 6 = 336 (onde 6 refere-se a 8-3+1)
OBS:
Se não quizermos fazer a conta n-p+1 para sabermos até onde vai o produto, basta fazer p termos decrescentes de n, inclusive
No caso A8,3 são 3 termos (p=3) decrescentes de 8 (n=8). Então A8,3 = 8 x 7 x 6 = 336

COMBINAÇÕES

Como já vimos nos exemplos do campeonato de xadrez e de sinuca, as combinações são feitas com um número menor de elementos do conjunto dado e a troca da ordem desss elementos não provoca outra combinação.

Seja o mesmo exemplo que foi dado para os arranjos. Combinemos os algarismos 3,4,5,7 em dezenas que não se inverta os algarismos. Poderíamos, então, ter os grupos:34,35,37,45,47,43
Repare que se invertessemos essas 6 combinações teríamos os 12 arranjos anteriormente mostrados.
A diferença, portanto, está nas inversões possíveis de cada combinação para obtermos os arranjos. Em outras palavras:
An,p = Cn.p x Pp

Então, podemos afirmar que: Cn,p = An,p / Pp

Assim, se quizermos calcular as combinações de 6 elementos 2 a 2 devemos fazer:
C6,2 = A6,2 / P2 = 6 x 5 / 2 = 15

REPETIÇÃO DE ELEMENTOS

Normalmente os elementos do conjunto a ser grupado são diferentes entre si. Entretanto, muitas vezes temos que fazer as permutações, arranjos e combinações com elementos repetidos no conjunto dado.
Neste caso, devemos ter cuidado de levar em conta para cada tipo de agrupamento a influência da repetição dos elementos, que pode provocar um aumento ou diminuição na contagem dos grupos possíveis de serem formados.

Vamos estudar, caso a caso, o que acontece com a repetição de elementos em cada tipo de agrupamento.

PERMUTAÇÕES COM REPETIÇÃO

Suponhamos que temos os algarismos 2,2,3,3 . Quantos milhares podemos formar ?

Temos: 2233,2323,3223,3232,3322,2332

Observe que se os 4 algarismos fossem diferentes entre si teríamos 4! = 1 x 2 x 3 x 4 = 24 permutações. Com a repetição dos algarismos 2 e 3, as permutações passaram a ser 6 apenas.
Esta queda se refere aos grupos em que a inversão de ordem nada afetará para algarismos idênticos.
Exemplo: 2233, em nada afetará trocar de posição o 1º algarismo 2 com o 2º algarismo 2, nem o 3º algarismo 3 com o 4º algarismo 3.
Então, genericamente, podemos colocar os algarismos repetidos juntos e manter a formação linear. Teremos algo assim, por exemplo:
aaa...a bbb...b ccc...c
p         r         s


onde n = p + r + s
Ou seja,
n elementos sendo p letras "a", r letras "b" e s letras "c".
Se os n elementos fossem diferentes teríamos n! como o total das permutações. Como p letras formariam p! e são iguais estão multiplicando o total real de permutações, pois na realidade formam um conjunto unitário. Então o total de permutações deve descontar esses grupos idênticos, ou seja, deve fazer n! / p!.
Com o raciocínio idêntico para as r letras "b" e as s letras "c", teríamos n! / p!r!s!.
De forma genérica, teríamos:
PRnp,r,s,... = n! / p!r!s!...
ARRANJOS COM REPETIÇÃO

Com n elementos formamos n arranjos de 1 em 1 elemento. Ou seja: a, b, c, ..., n (n elementos unitários)
Se quizermos fazer duplas com repetição de elementos colocamos ao lado de cada elemento cada um dos outros elementos unitários. Ou seja,
aa ba ca ... na (repetindo a)
ab bb cb ... nb (repetindo b)
ac bc cc ... nc (repetindo c)
.......................................................
an bn cn ... nn (repetindo n)


Vemos que, com a repetição de todos os elementos teremos um total de n x n arranjos, ou n2 arranjos
Ae quizermos fazer triplas com repetição bastaria usar os elementos anteriores(duplas com repetição) e colocar ao lado de cada grupo formado cada um dos elementos unitários. Ou seja
aaa baa caa ... naa
aab baa cab ... nab
aac bac cac ... nac
.......................................................
aan ban can ... nan
aba bba cba ... nba
.......................................................


Observamos que temos que repetir o grupo anterior n vezes, ou seja n2 x n = n3 arranjos.
Se prosseguirmos para grupos de 4,5,6,.... elementos podemos afirmar que teremos: ARn,p = np
Assim, por exemplo, se tivermos 6 algarismos e quizermos jogar no bicho com inversão em milhares, teremos um total de:
AR6,4 = 64 = 1296 milhares.
Observação:
Nos arranjos simples, em que os elementos são diferentes entre si p nunca pode ser maior que .n. Entretanto, quando os arranjos são com repetição, podemos ter p p>n, já que há elementos repetidos.
Exemplo:
Sejam os algarismos 3,3,3,3 e 2,2,2,2. Quantos milhares podemos formar ?
Temos, então: n = 2 (dois algarismos) e p=4 (milhares) logo AR2,4 = 24 = 16

COMBINAÇÕES COM REPETIÇÃO

São grupamentos formados de maneira que cada grupo contenha p elementos repetidos ou não e estes agrupamentos sejam diferentes entre si pelo menos por um elemento e pela repetição. Cada elemento, portanto, pode aparecer até p vezes em cada agrupamento.
Representemos esse tipo de combinação por CRn,p. Como cada grupo contem p elementos, no total das combinações existirão p.CRn,p elementos ao todo.
Cada n elemento entra o mesmo número de vezes no total de agrupamentos, ou seja, cada elemento entra no conjunto p.CRn,p / n vezes.
Se separarmos um elemento qualquer dos agrupamentos o número de vezes que cada elemento entra no conjunto será (p-1)CRn,p-1 / n
Se somarmos esse total (excluído um elemento) com o número de agrupamentos desse mesmo conjunto coltamos a ter o número de vezes que cada elemento aparece no grupamento anterior (antes de excluir determinado elemento). Assim, temos que:
(p-1).CRn,p-1 / n + CRn,p-1 = p.CRn,p / n

Extraindo o denominador ( já que n é diferente de zero), temos
(p-1).CRn,p-1 + n.CRn,p-1 = p.CRn,p
Colocando CRn,p-1 em evidencia, temos:
CRn,p-1 [ n + (p-1) ] = p.CRn,p
Dividindo, membro a membro, por p ( já que p é diferente de zero), temos
CRn,p-1 x (n+p-1) / p = CRn,p
Expandindo os termos das combinações desde p até 1 (p-1,p-2,p-3, ..., 3, 2, 1) e somando membro a membro, temos que:
CRn,p x CRn,p-1 x CRn,p-2 x ... x CRn,2 x CRn,1 = (n+p-1)/p x CRn,p-1 x (n+p-2)/(p-1) x CRn,p-2 x CRn,p-2 x ... x n
Simplificando membro a membro, temos
CRn,p = (n+p-1) / p x (n+p-2) / (p-1) x ... x n
ou mais simples ainda:
CRn,p = [ n(n+1)(n+2)(n+3) ... (n+p-1) ] / p!
Exemplo:
Se quizermos formar grupos de 3 objetos de um conjunto e 5 elementos com repetição, teremos:
CR5,3 = 5.6.7 / 1.2.3 = 35
Observação:
No cálculo da combinação simples, basta conhecermos os arranjos e dividir pela permutação do grupo.Exemplo:
C5,3 = 5.4.3 / 1.2.3 = 10
Repare que para calcular a mesma combinação ,com repetição, basta trocar o numerador para o produto crescente e não decrescente , como nos arranjos. Exemplo:
A5,3 = 5.4.3 ( 3 elementos decrescentes a partir de 5, ou seja, 5,4,3)
Para a combinação com repetição usamos este raciocínio só que crescente, ou seja 5.6.7 (3 elementos crescentes a partir de 5)

FORMULÁRIO

Com o que já foi visto dá para se resolver todos os problemas de análise combinatória. Entretanto, muitas vezes, o uso de fórmulas e propriedades pode facilitar a resolução desses problemas. Sendo assim, a seguir são apresentadas essas fórmulas e propriedades:

a) Permutações:
Pn = n! PCn = (n-1)! PRn = n! /( r! s! t! ...)


b) Arranjos:
An,p = n! / (n-p)! ARn,p = np


c) Combinações:
Cn,p = n! / [p! (n-p)!] CRn,p = [n(n+1)(n+2)...(n+p-1)] / p!


d) Propriedades das combinações
Cn,p = Cn,n-p
Termos equidistantes
Cn,p = Cn-1,p + Cn-1,p-1
Relação de Stifel